Primeira Memória de escrita:

Sabe quando você faz algo há tanto tempo que nem se lembra de quando começou? A minha história com a escrita é assim, uma além-memória, algo que parece que eu sempre fiz.

Na escola

as professoras adoravam minhas redações e liam na frente da turma. Em casa, eu fazia livros de colagem, montava histórias com cenas e diálogos, fazia capa e diagramação. Lia para os parentes, escrevia músicas, poesias, e qualquer outra coisa.

Então aos 12 anos algo estalou em mim. Eu comecei a escrever uma fan fiction. Se você nasceu entre os anos de 1985-2000, certamente sabe o que são fan fictions. Esse tipo de narrativa envolve todos os elementos de histórias, como enredo, personagens, etc. O único porém é que alguns desses personagens (e às vezes a realidade em que eles vivem), são pertencentes a universos de filmes e literários. Uma das maiores comunidades de escritores de fan fiction são os fans de Harry Potter e Arquivo X.

Eu escrevia e lia histórias onde os integrantes da minha banda favorita participavam. Era tão divertido, e, ao mesmo tempo, instigava a imaginação para criar algo meu. E foi assim, bem devagar, que surgiram as primeiras histórias.

Ensino Médio

Eu já escrevia todos os dias, por horas a fio. Enchi disquetes, cadernos, folhas avulsas que – evidentemente – se perderam com a velocidade das nossas vidas e da evolução tecnológica. Mas as ideias ficaram, a paixão pela escrita e pela leitura ficaram, a vontade de ser escritora só cresceu.

Fui para a faculdade fazer Letras – certa de que aquele curso me daria as ferramentas necessárias para me tornar uma escritora. Não foi bem isso que aconteceu. No primeiro dia de faculdade, uma professora disse para a turma: “se vocês estão aqui para se tornarem escritores, vocês vão se frustrar. Estão perdendo seu tempo.” E ela tinha toda razão. Para ser um escritor, precisamos escrever. Escrever muito.

Mas como precisava de uma profissão com uma renda certa, me formei professora de inglês, e carreguei os estudos e ensinamentos sobre literatura para o mestrado, e agora estou concluindo um doutorado em crítica literária. Estudo escrita criativa independente, e continuo escrevendo todos os dias – tentando sempre separar a profissão de professora de literatura com a vocação de escrever. Um dia, certamente, ainda poderei desfrutar de ser somente aquilo que nasci para ser – escritora.

Veja também: Como criar personagens inesquecíveis?

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