Série – Grandes Personagens:
Como temos dito nos últimos três posts desta série de personagens, não existe uma fórmula para criar um grande personagem. Há algumas coisas que podemos fazer, como falamos no post anterior, mas nada disso garante que seu personagem se tornará icônico.
No #tiptuesday de hoje, vamos falar sobre um filme que acredito que mostra exatamente como um grande personagem é criado. Estou falando do filme de 2017 “Mary Shelley”. O que este filme pode nos ensinar sobre a criação de um personagem inesquecível?
Mary Shelley
A mente mestra por trás de Frankenstein. O filme acompanha Mary através de alguns de seus anos mais sombrios (embora ela não tenha tido uma vida fácil depois). Ela se apaixona por um homem casado, Percy Shelley, e vive uma vida escandalosa para o seu tempo. Mas é a experiência do abandono e da perda que a leva a escrever Frankenstein.
Mary também era fascinada pela Ciência. No início do século XIX, existiam muitos procedimentos científicos/médicos destinados a trazer de volta os mortos. Como uma mulher que havia experienciado a morte tantas vezes (sua filha poucos dias depois de nascer, e uma irmã que cometeu suicídio), podemos supor que “trazer os mortos de volta” era uma constante na mente de Mary.
Além de seus interesses na Ciência, seus sentimentos de abandono e desespero, que são mostrados brilhantemente durante todo o filme, podemos ver que somente Mary Shelley poderia ser a escritora capaz de montar um romance como Frankenstein, porque ela mesma é a criatura abandonada e solitária que o famoso médico criou.
Quando lemos Frankenstein
Ficamos chocados com o abandono de sua criação pelo médico, e sofremos a dor da criatura durante todo o romance. A única coisa que o monstro quer é sentir uma conexão com as pessoas, mas uma vez que as pessoas olham para ela, elas têm medo. Isso é o que o deixa louco e furioso no final do livro.
Este filme nos mostra que para criar um personagem inesquecível, você deve colocar seu coração e sua alma nele. Ele deve falar sobre suas dores interiores, assim, quando as pessoas o lerem, compreenderão o sofrimento, a dor. Ele deve ensinar as pessoas sem dar lições de moral. E deve fazê-las sentir. E é isso que a criatura em Frankenstein nos faz.
Fica a dica. Aproveite o filme e aprecie o romance!
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