Vencendo O Medo da Escrita
Setembro chegou e nada melhor do que uma série nova no blog da Livr(a) para comemorar. Vamos falar um pouquinho dos processos que levam uma ideia a publicação.
A primeira coisa que precisamos vencer é o medo. Sim, o medo do julgamento, da história que você está idealizando ser ruim, do que sua mãe vai falar se ler o que você escreveu.
Primeiramente, escritora, você não está sozinha nessa. Esses medos estão por toda parte, disseminadas em todas as pessoas que querem ser escritoras.
Você tem uma ideia e imediatamente pensa:
“Que ideia horrível, nunca vou escrever isso. Ninguém vai querer ler.” No livro “Grande Magia”, Elizabeth Gilbert (autora do renomado Comer, Rezar e Amar) diz que se você não coloca a sua ideia no papel, outra pessoa vai escrever essa história.
Nesse lindo livro sobre criatividade, Gilbert nos pergunta “Você tem a coragem que é preciso para mostrar o que está dentro de você? Mostrar o que está dentro de nós é realmente muito difícil. Porém, é também o que vai determinar tudo. Todos nós temos maravilhas escondidas, mas se não tivermos a coragem e mostrá-las, a magia não acontece.
Vamos falar um pouquinho agora de cinco medos comuns que nos afligem ao escrever um livro.
“Eu não tenho um livro dentro de mim”
Muitas vezes, nós temos uma necessidade de nos expressar, de nos fazer ouvir, mas achamos, por algum motivo, que “não há um livro dentro da gente.” Repetimos que não temos nada para dizer ou que as pessoas não vão nos ouvir.
Isso tem um nome – síndrome do impostor, e atinge muito mais as mulheres, principalmente as mulheres em grupos minoritários. É o sentimento de que não se sabe o suficiente sobre um determinado assunto. Mesmo pessoas com um alto grau de escolaridade sentem isso. Acreditam que suas ideias são invalidas, e que todo mundo já sabe o que eles sabem.
“Meu livro não é original o suficiente”
Às vezes, as pessoas que já venceram a primeira barreira e começaram a escrever seu livro, tem de lidar com o monstro mitológico da originalidade. Muitas pessoas pensam que um livro precisa trazer algo de novo, ou não terá valor. Mas acontece que o valor das coisas estão na sua acessibilidade e usabilidade. Se alguém pode fazer uso daquela experiência, se conectar, descobrir um pouco mais sobre o mundo e sobre si mesmo através daquela história, então tem valor.
Desse modo, o seu livro pode ser sobre o tópico da auto-estima, que você pode até considerar, batido, mas vai ser a sua perspectiva única, suas experiências, que vão fazer esse tópico ser importante e de valor para as pessoas.
“Meu livro não é bom o suficiente”
Esse é outro medo muito comum entre os autores iniciantes. Na verdade, esse medo está relacionado com o seu perfeccionismo. Se você está obcecado, querendo trabalhar cada palavra do seu livro, se estressando devido a um errinho de vírgula, você está com esse mal. Na verdade, você pode somente estar com medo da publicação.
Um livro não vai ser perfeito por que a perfeição é uma ilusão. O que é perfeito para você não é perfeito para seu vizinho. Arte é algo que nunca está terminado. Você sempre vai querer dar aquela mudada, sempre vai pensar que está faltando algo. Mas precisamos permitir que os projetos acabem, assim poderemos nos focar em outros. Faça o melhor que você pode fazer naquele momento.
“Meu livro vai deixar as pessoas zangadas”
O medo do julgamento é o pior de todos e pode sim acabar com seu livro. O caso é que livros não são feitos para agradar ninguém; se você está fazendo um livro para agradar a todos, as chances são de que a sua história não é muito interessante.
Escrever um livro bom, que tirem as pessoas de suas zonas de conforto, é sempre um risco. Também precisamos estar preparados para receber críticas. Mas tenha fé na importância da sua opinião, e construa seus argumentos em bases fortes.
“Meu livro vai fazer as pessoas me acharem uma idiota”
Também relacionado com o julgamento, esse medo nos aflige sempre, talvez principalmente quando temos muito a perder em nossas carreiras. O medo da vergonha é algo muito forte no ser humano. Muitas pessoas chegam a pagar todo o processo de escrita e depois desistem do livro, por medo do que os outros vão falar (acontece muito mais do que você pode imaginar).
Concentre-se no que você acredita, e saiba que é muito difícil que absolutamente ninguém vai gostar do seu livro. Use esse medo como combustível para entregar o melhor livro possível e saiba que sua voz merece ser ouvida.
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